O Diálogo, a Greve e o Retorno às aulas

A palavra diálogo tem várias definições quando a pesquisamos:
  • s.m. Conversação entre duas ou mais pessoas, entre duas ou mais personagens de uma obra de ficção. / Obra literária em forma dialogada.

http://www.dicionariodoaurelio.com/Dialogo

  • sm (gr diálogos) 1 Conversação entre duas ou mais pessoas. 2 Obra literária ou científica em forma dialogada. 3 Música Composição em que as vo­zes ou instrumentos se alternam ou respondem.

http://michaelis.uol.com.br

Diálogo não é só isso. Vamos defini-lo de outra forma! Diálogo é uma reflexão conjunta e observação cooperativa da experiência de conversação que visa melhorar a comunicação entre as pessoas e a produção de ideias novas e significados compartilhados. Ou, posto de outra forma: o diálogo permite que as pessoas pensem juntas e compartilhem os dados que surgem dessa interação sem procurar analisá-los ou julgá-los de imediato.

A proposta não inclui chegar a sínteses nem tomar decisões ; estas são as finalidades da discussão e do debate. Na interação dialógica, o propósito é exercitar novos modos de ver e criar significados em conjunto.

No diálogo as questões são abertas, mostradas, relações são estabelecidas, ideias são compartilhadas, questionadas, compreendidas, produzidas, busca-se uma interação entre as partes e o todo.

Nossos representantes no Sindicato-Apeoc que participaram da última reunião com o Sr. Governador do Estado e demais deputados colocaram em prática o que podemos chamar de diálogo verdadeiro e compartilhado.

As propostas foram lançadas e o acordo de cavalheiros foi assinado. O Senhor Governador reconheceu que era chegada a hora de sentar a mesa e dialogar com os professores.

Nossa greve é histórica, pois nunca a categoria de professores em nosso Estado teve uma mobilização tão grande e bonita que envolvesse a capital e o interior. As agendas foram bem articuladas e coerentes. Nossos alunos e pais participaram do movimento. A mídia não tratou a greve como mais uma greve de professores por aumento de salários.

Nossa greve é histórica, pois o Poder Judiciário não nos intimidou dizendo que os alunos tinham que voltar a escola porque era “hora da merenda” e estavam perdendo aulas.

- Quantos alunos seus, professor, correm para a cantina na hora que é servida a merenda?

- Qual professor vai feliz para a escola sabendo que a Lei do Piso é legal e que os nossos (?) desembargadores não a fazem cumprir no nosso estado?

- Quantos professores recebem auxílio-moradia porque pagam aluguel?

- Como os juízes e desembargadores que moram em Fortaleza podem receber auxílio-moradia? Só se eles moram em apartamentos funcionais e ninguém sabe.

Nossa greve é histórica porque está incomodando muita gente graúda. O Brasil todo já começou a tomar conhecimento do que rola por aqui (banheiros fantasmas, empréstimos consignados... vem mais por aí).

O retorno às aulas é fundamental. Penso que cada escola com seus professores devem articular-se e decidir qual posição seguir a partir de hoje. Faz-se necessário e urgente voltarmos às aulas e aprender a dialogar com nossos alunos, criar laços estreitos e duradouros para outros futuros. Quem sabe a eleição de 2012 não traga boas mudanças para todos. Reflitam: a sala de aula é nossa, dos alunos e de mais ninguém!

Vamos deixar que as discussões futuras, entre o Sindicato–APEOC e o Governo, aconteçam sem pressão, nem nossas nem do executivo. Sabemos que nesses debates, questões deverão ser fechadas, explicitadas, posições ainda vão ser demarcadas, ideias vencidas serão descartadas, acordos serão buscados e realizados. É o que esperamos, pois diálogo e discussão se complementam em uma conversa.

“Há situações na vida em que precisamos dialogar

e circunstâncias nas quais precisamos discutir e debater.”

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